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Vendedor de Bitcoin relata golpe após contestação de Pix

Um usuário da Bisq, uma corretora descentralizada de Bitcoin, passou por uma situação complicada que pode servir de alerta para quem negocia criptomoedas. Ele contou que fez duas vendas de Bitcoin e, depois de um tempo, a pessoa que comprou contestou os pagamentos via Pix, o que deixou o vendedor no meio de uma dor de cabeça.

Essa negociação ocorreu em abril, mas a contestação aconteceu apenas em junho. O vendedor, que se apresenta como “Alarming_Relation_65” na internet, ficou surpreso ao descobrir que a contestação pelo Pix pode ser feita até 80 dias após a transação, através de um mecanismo chamado MED (Mecanismo Especial de Devolução). Para ele, a situação é incoerente e o deixa se sentindo como se fosse um golpista.

### Investidor tem Pix contestado após vender Bitcoin e diz estar sendo tratado como golpista

Alarming_Relation_65 relata que utiliza a Bisq desde 2020 e nunca havia enfrentado nenhum problema até agora. Ele menciona que a compradora adquiriu BTC dele no dia 22 de abril de 2025, e a contestação foi feita no dia 16 de junho de 2025. As vendas foram feitas, uma via Bradesco e outra pelo banco Inter.

De acordo com ele, ao tentar entender melhor a situação, o banco não forneceu dados sobre a compradora. “Só tenho o nome dela, os valores e as datas das transações”, revelou. Apesar de conseguir provar que enviou os bitcoins, já que tudo fica registrado na blockchain, ele sente que os bancos não estão muito interessados em ouvir sua versão.

Os dados das transações mostram que ele fez uma venda de 0,008 BTC e outra de 0,0092 BTC, o que, no momento, totaliza cerca de R$ 10.227. Em um relato mais recente, ele comentou que a experiência com o atendimento dos bancos tem sido frustrante. “Quando tentava tirar dúvidas, as ligações sempre caíam”, desabafou.

Para tentar resolver a situação, ele decidiu fazer uma reclamação no site do BACEN e começou a gravar as ligações que fazia para o banco. Em um e-mail recebido, o banco afirmou que houve uma contestação e, por isso, o dinheiro foi bloqueado. Recentemente, ele conseguiu mandar um boletim de ocorrência detalhado sobre o caso e disse que se sente esperançoso quanto à solução.

### Comunidade está dividida

Nos comentários sobre a situação, a comunidade parece estar dividida. Algumas pessoas mostram otimismo, acreditando que há uma saída, enquanto outras são mais céticas. Um advogado comentou que pode haver uma solução, mas ressaltou que se a compradora for uma golpista habitual, tudo se complica. Outro usuário alertou que pode ser difícil resolver a situação, já que não foram usados documentos que comprovem a venda, como notas de corretagem.

Um terceiro comentário sugeriu que a compradora também pode ser uma vítima, mencionando a possibilidade de um golpe mais amplo, onde alguém ofereceu um produto ou serviço inexistente. “Essa mulher pode estar agindo assim porque foi enganada por alguém que recebeu o pagamento e não entregou nada”, comentou um dos usuários.

Apesar de todas essas discussões, Alarming_Relation_65 respondeu que a compradora deixou sua chave Pix publicada na Bisq, o que indica que essa teoria não se sustenta.

Por fim, embora o comércio P2P ofereça um nível maior de anonimato, muitas pessoas ainda preferem o uso de corretoras centralizadas, que podem evitar situações como essa. A situação de Alarming_Relation_65 serve como um lembrete da importância de estar bem informado e preparado antes de entrar no mundo das criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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